O Mito das estatuas do parque do Ibirapuera




Os mitos urbanos que envolvem as quatro estatuas do parque do Ibirapuera começam a chegar aos ouvidos de toda a população. Porque será que as estatuas do Cão, da Serpente, do leão e do porco foram dispostas em praças estratégicas do parque próximas ao lago. Nos do blog Capivara Paulistana temos uma teoria.

O SONETO DA CAPIVARA

Diz a lenda que um pai e três filhos andavam de bicicleta na recém inaugurada ciclovia que margeia ao Rio Pinheiros quando um de seus filhos perguntou:
“Pai, porque andamos de bicicleta aqui?”
“Esta é uma chance de ganhar saúde enquanto conviemos com a nossa cidade” respondeu o pai.
“com esse cheiro horrível! como podemos ganhar saúde respirando este ar poluído?”
Em meio a esta conversa o filho do meio derrapou na areia e caiu. O pai dirigiu-se em grande velocidade para ajudá-lo:
“Machucou” perguntou o pai enquanto levantava o filho que não respondia pois olhava para algo muito estranho. Perplexo chamou a atenção de todos da família para aquele estranho homem que olhava diretamente em seus olhos.
Era um índio. “pai, estou com medo”
“Não precisa ter medo” disse o índio que acariciava uma capivara.
“Este é o índio da lenda da Capivara Paulistana” afirmou o menino mais velho que lia nosso blog.
“Sim sou eu” respondeu o índio “quer saber como ganhar saúde as margens do rio?” perguntou a capivara ao garoto.
“Sim, como poderei crescer nesta cidade e deixá-la limpa para meus filhos?”
“Simples” respondeu a capivara “os ignorantes animais devolvem seu lixo a natureza de forma inteligente o único animal inteligente devolve seu lixo de forma ignorante”.
“Por onde posso começar?”
“comece limpando sua sala de estar” disse o índio.
“Nossa sala está mais do que limpa” respondeu o pai um pouco irritado.
Foi então que o índio pediu para que anotassem um “Mapa Soneto”:

“A cidade vive um dilema;
Unindo os cardeais dirija-se ao meio;
como a criança que busca o seio;
por instinto resolva o problema.

O Leão denuncia a vergonha;
A serpente cala Laocoonte;
O Cão olha para a ponte;
O porco escapa pois em seu corpo tem banha.

É mudar por força da vontade;
é servir a natureza para ser o vencedor;
é deter quem nos mata por lealdade.

O parque pede que amenize a sua dor;
Que a ele demonstremos nossa amizade,
Que não joguemos nada nele por amor.”

Quando terminaram de anotar o soneto, olharam ao redor e a capivara e o índio já haviam desaparecido.
A charada em forma de soneto sem duvida fazia referencia aos animais que povoam os parques da cidade, no entanto, bem sabemos que no Brasil não temos leão.
“Pai, o soneto fala de um porco ensebado, lá no parque do Ibirapuera tem uma estatua com porco ensebado fugindo dos garotos” disse o garoto mais novo.
“Também tem uma estatua de um leão” o do meio retrucou.
“Então trata-se do parque do Ibirapuera” disse o pai “vamos para o parque.
Se deslocaram para o parque em busca de mais pistas, passaram a manhã toda andando e nada acharam. Em determinado momento sentaram-se no arvoredo próximo a estatua de mármore do leão e liam o soneto repetidamente.
“Já achamos dois animais” disse o filho do meio “precisamos achar agora o cão e a serpente”.
O filho mais velho pergunta ao servente onde tem uma estatua de serpente, ele então responde que a única serpente é aquela que se enrola em Laocoonte, a estatua fica na união dos dois grandes lagos.
Já haviam desistido de procurar a estatua do cão e o pai sugere que está na hora do almoço.
“Vamos almoçar, sua mãe não quer que almocemos tarde”
Sentaram-se na lanchonete da marquise estenderam um mapa do parque sobre a mesa e o pai marcou com um “X” o local de cada estatua de animais, quando um vento forte levou o mapa para o gramado.
Os garotos correm para pegar o mapa que para na estatua de um pastor alemão.
“Pai achamos a quarta estatua” sem perder tempo marcaram o quarto animal no mapa. Ao traçar linhas unindo os pontos cardeais marcados pelos animais formaram um x cujo centro marcava a margem do lago próximo a ponte dos Ipês.
La chegaram e nada viram.
“Este parque é o mais limpo da cidade os peixes nadam no lago, não temos que deter nenhum poluidor aqui” disse o pai.
Quando levantaram-se para ir embora, viram um tubo na margem que despejava latinhas de refrigerantes, sacos plásticos e água suja no lago.
Neste instante a voz do índio pareceu sair do mato e disse:
“Se vocês não conseguem manter o sala de estar limpa, imaginem o que fazem no banheiro”.

Saiba um pouco mais destas estatuas:

1 - “LAOCOONTE” Liceo de Artes e Ofícios escultura em bronze
Pressentindo que o famoso “cavalo de Tróia” deixado pelos gregos à porta da cidade trazia mau agouro, ele tentou avisar aos troianos para não o levassem para o lado de dentro de suas muralhas. Poseidon, deus dos mares e aliado dos gregos, enviou então duas serpentes marinhas para devorar a ele e seus rebentos e calá-los. Essa é a história contata pela escultura Laocoonte e seus filhos, cuja original se encontra no Vaticano e da qual existe uma réplica no parque do Ibirapuera.

2 - “LEÃO” Prosper Lecourtier escultura em mármore 1910 - Durante a gestão de Raymundo Duprat (1911 - 1914) ficava à frente da Prefeitura de SP a peça foi adquirida para embelezar a esplanada do Teatro Municipal. Em 1922 foi retirada do local e instalada no Parque Dom Pedro II. No final dos anos 1960 quando o Parque foi reformado o Leão foi parar no Parque Ibirapuera, onde se encontra atualmente.
3 - PORCO ENSEBADO – Ricardo Cipicchia - escultura em bronze – 1952
Brincadeira comum no interior paulista, vencia a disputa o primeiro a conseguir agarrar um porco com a pele lambuzada de sebo. Os tombos e escorregões da molecada garantiam a farra. Na década de 50, a escultura de Cipicchia ficava na Praça da República. Vinte anos depois, removeram a obra para o Parque do Ibirapuera, onde está até hoje.

4 - "CÃO PASTOR ALEMÃO" Fundição Rebelato - escultura em bronze – 13/10/1963 a estatua é uma homenagem aos criadores de Cães de São Paulo.
O Parque Ibirapuera é o mais importante e famoso parque urbano da cidade de São Paulo, Brasil. Foi inaugurado em 21 de agosto de 1954.

A região alagadiça (Ibirapuera (ypi-ra-ouêra) significa "pau podre ou árvore apodrecida" em língua tupi; "ibirá", árvore, "puera", o que já foi) que havia sido parte de uma aldeia indígena na época da colonização, era até então uma área de chácaras e pastagens.

Não sabemos ao certo de onde vem a água que sai daquele cano, no entanto sabemos que sempre despeja dejetos no lago.

Comentários

Luiz Pagano disse…
Ao passar pelo parque do Ibirapuera recentemente, reparei que no exato local onde se forma o X tomando-se como referencia as quatro estatuas, funcionários trabalham em uma obra de desassoreamento do local, que não ocorre desde a inauguração do Ibirapuera, em 1954.

Com custo estimado em R$ 3,92 milhões, valor que será dividido entre o Estado e a prefeitura, o desassoreamento deve aumentar a lâmina de água do lago de 50 cm para um metro de profundidade e melhorar a oxigenação dos organismos que vivem ali, as obras tinham prazo de encerramento para Março de 2011(já estourado).

Todo o material depositado será retirado por meio de uma balsa com uma bomba e, depois,despejado em um aterro na cidade de Itapevi, na Grande São Paulo.

O tal cano continua lá e seus arredores estão como sempre cheios de lixo. Só que desta vez vi uma cerca impedindo os materiais flutuantes (garrafas, latas, etc.) de se espalharem.

Postagens mais visitadas