domingo, 10 de abril de 2011

O Mito das estatuas do parque do Ibirapuera




Os mitos urbanos que envolvem as quatro estatuas do parque do Ibirapuera começam a chegar aos ouvidos de toda a população. Porque será que as estatuas do Cão, da Serpente, do leão e do porco foram dispostas em praças estratégicas do parque próximas ao lago. Nos do blog Capivara Paulistana temos uma teoria.

O SONETO DA CAPIVARA

Diz a lenda que um pai e três filhos andavam de bicicleta na recém inaugurada ciclovia que margeia ao Rio Pinheiros quando um de seus filhos perguntou:
“Pai, porque andamos de bicicleta aqui?”
“Esta é uma chance de ganhar saúde enquanto conviemos com a nossa cidade” respondeu o pai.
“com esse cheiro horrível! como podemos ganhar saúde respirando este ar poluído?”
Em meio a esta conversa o filho do meio derrapou na areia e caiu. O pai dirigiu-se em grande velocidade para ajudá-lo:
“Machucou” perguntou o pai enquanto levantava o filho que não respondia pois olhava para algo muito estranho. Perplexo chamou a atenção de todos da família para aquele estranho homem que olhava diretamente em seus olhos.
Era um índio. “pai, estou com medo”
“Não precisa ter medo” disse o índio que acariciava uma capivara.
“Este é o índio da lenda da Capivara Paulistana” afirmou o menino mais velho que lia nosso blog.
“Sim sou eu” respondeu o índio “quer saber como ganhar saúde as margens do rio?” perguntou a capivara ao garoto.
“Sim, como poderei crescer nesta cidade e deixá-la limpa para meus filhos?”
“Simples” respondeu a capivara “os ignorantes animais devolvem seu lixo a natureza de forma inteligente o único animal inteligente devolve seu lixo de forma ignorante”.
“Por onde posso começar?”
“comece limpando sua sala de estar” disse o índio.
“Nossa sala está mais do que limpa” respondeu o pai um pouco irritado.
Foi então que o índio pediu para que anotassem um “Mapa Soneto”:

“A cidade vive um dilema;
Unindo os cardeais dirija-se ao meio;
como a criança que busca o seio;
por instinto resolva o problema.

O Leão denuncia a vergonha;
A serpente cala Laocoonte;
O Cão olha para a ponte;
O porco escapa pois em seu corpo tem banha.

É mudar por força da vontade;
é servir a natureza para ser o vencedor;
é deter quem nos mata por lealdade.

O parque pede que amenize a sua dor;
Que a ele demonstremos nossa amizade,
Que não joguemos nada nele por amor.”

Quando terminaram de anotar o soneto, olharam ao redor e a capivara e o índio já haviam desaparecido.
A charada em forma de soneto sem duvida fazia referencia aos animais que povoam os parques da cidade, no entanto, bem sabemos que no Brasil não temos leão.
“Pai, o soneto fala de um porco ensebado, lá no parque do Ibirapuera tem uma estatua com porco ensebado fugindo dos garotos” disse o garoto mais novo.
“Também tem uma estatua de um leão” o do meio retrucou.
“Então trata-se do parque do Ibirapuera” disse o pai “vamos para o parque.
Se deslocaram para o parque em busca de mais pistas, passaram a manhã toda andando e nada acharam. Em determinado momento sentaram-se no arvoredo próximo a estatua de mármore do leão e liam o soneto repetidamente.
“Já achamos dois animais” disse o filho do meio “precisamos achar agora o cão e a serpente”.
O filho mais velho pergunta ao servente onde tem uma estatua de serpente, ele então responde que a única serpente é aquela que se enrola em Laocoonte, a estatua fica na união dos dois grandes lagos.
Já haviam desistido de procurar a estatua do cão e o pai sugere que está na hora do almoço.
“Vamos almoçar, sua mãe não quer que almocemos tarde”
Sentaram-se na lanchonete da marquise estenderam um mapa do parque sobre a mesa e o pai marcou com um “X” o local de cada estatua de animais, quando um vento forte levou o mapa para o gramado.
Os garotos correm para pegar o mapa que para na estatua de um pastor alemão.
“Pai achamos a quarta estatua” sem perder tempo marcaram o quarto animal no mapa. Ao traçar linhas unindo os pontos cardeais marcados pelos animais formaram um x cujo centro marcava a margem do lago próximo a ponte dos Ipês.
La chegaram e nada viram.
“Este parque é o mais limpo da cidade os peixes nadam no lago, não temos que deter nenhum poluidor aqui” disse o pai.
Quando levantaram-se para ir embora, viram um tubo na margem que despejava latinhas de refrigerantes, sacos plásticos e água suja no lago.
Neste instante a voz do índio pareceu sair do mato e disse:
“Se vocês não conseguem manter o sala de estar limpa, imaginem o que fazem no banheiro”.

Saiba um pouco mais destas estatuas:

1 - “LAOCOONTE” Liceo de Artes e Ofícios escultura em bronze
Pressentindo que o famoso “cavalo de Tróia” deixado pelos gregos à porta da cidade trazia mau agouro, ele tentou avisar aos troianos para não o levassem para o lado de dentro de suas muralhas. Poseidon, deus dos mares e aliado dos gregos, enviou então duas serpentes marinhas para devorar a ele e seus rebentos e calá-los. Essa é a história contata pela escultura Laocoonte e seus filhos, cuja original se encontra no Vaticano e da qual existe uma réplica no parque do Ibirapuera.

2 - “LEÃO” Prosper Lecourtier escultura em mármore 1910 - Durante a gestão de Raymundo Duprat (1911 - 1914) ficava à frente da Prefeitura de SP a peça foi adquirida para embelezar a esplanada do Teatro Municipal. Em 1922 foi retirada do local e instalada no Parque Dom Pedro II. No final dos anos 1960 quando o Parque foi reformado o Leão foi parar no Parque Ibirapuera, onde se encontra atualmente.
3 - PORCO ENSEBADO – Ricardo Cipicchia - escultura em bronze – 1952
Brincadeira comum no interior paulista, vencia a disputa o primeiro a conseguir agarrar um porco com a pele lambuzada de sebo. Os tombos e escorregões da molecada garantiam a farra. Na década de 50, a escultura de Cipicchia ficava na Praça da República. Vinte anos depois, removeram a obra para o Parque do Ibirapuera, onde está até hoje.

4 - "CÃO PASTOR ALEMÃO" Fundição Rebelato - escultura em bronze – 13/10/1963 a estatua é uma homenagem aos criadores de Cães de São Paulo.
O Parque Ibirapuera é o mais importante e famoso parque urbano da cidade de São Paulo, Brasil. Foi inaugurado em 21 de agosto de 1954.

A região alagadiça (Ibirapuera (ypi-ra-ouêra) significa "pau podre ou árvore apodrecida" em língua tupi; "ibirá", árvore, "puera", o que já foi) que havia sido parte de uma aldeia indígena na época da colonização, era até então uma área de chácaras e pastagens.

Não sabemos ao certo de onde vem a água que sai daquele cano, no entanto sabemos que sempre despeja dejetos no lago.