domingo, 16 de agosto de 2009

Avenida Paulista


Visitada por ratos de esgoto a Capivara Paulistana aprende sobre como é a vida da conturbada avenida Paulista. Concebida pelo engenheiro Joaquim Eugênio de Lima a avenida Paulista tinha o objetivo de criar novas áreas residenciais uma vez que Higienópolis, Praça da Republica e Campos Elíseos estavam completamente ocupados.

Desde sua inauguração em 08 de dezembro de 1891 a avenida Paulista não parou de prosperar, mas parece que sempre teve problemas com poluição. Logo depois da construção da avenida vieram à tona leis que desviavam o tráfego de muares e animais de carga devido ao grande volume de esterco depositado na via carroçável e o poder público não dava conta da limpeza, foi então que tiveram a idéia de desviar o transito pela ladeira da alameda Santos e o excremento rolava ladeira abaixo.

A avenida foi loteada com o propósito de atrair grandes palacetes, com regras claras quanto ao espaçamento entre as casas e a largura da própria via, o que de forma inédita até então, possibilitou a construção de uma avenida mais larga. Com a chegada dos veículos motorizados a avenida foi uma das primeiras do Brasil a ser asfaltada em 1909 com material importado da Alemanha, causando a inveja de cidadãos dos Estados Unidos e Europa.

Passou a receber a construção de prédios (os Espigões) em 1952 e em 1973 a avenida Paulista ganhou muito da cara que vemos hoje com o projeto da Nova Paulista. Durante administração de Figueiredo Ferraz (1971-1973) este projeto previa uma linha de metrô e uma via expressa subterrânea ao longo de todo o espigão da Paulista. Na administração Miguel Colasuonno de 1973 a 1975, o projeto assumiu uma feição bem mais modesta, tivemos basicamente o alargamento da avenida de 28 para 48 metros, um projeto paisagístico assinado por Rosa Kliass e de sinalização visual assinado pelo escritório Cauduro Martino.

Com o propósito de eliminar os muitos elementos de conflito no visual da avenida, João Carlos Cauduro e Ludovico Martino padronizaram as placas de sinalização, além de medidas como enterramento da fiação elétrica e telefônica. Na época, o sistema de grandes prismas verticais negros (os totens de sinalização) era inovador, com a disposição da sinalização estudada para orientação de pedestres e de veículos; com os sinais para pedestres marcados até a altura de 2,50 metros de altura, informações de média distancia até 3,50 metros de altura e acima disto a sinalização de longa distancia para os veículos da via, os semáforos foram embutidos nos prismas e o totem propiciava a colocação de placas de transito.

Totens da Avenida Paulista - João Carlos Cauduro e Ludovico Martino 1973
Vida Subterrânea

Como herança destes projetos temos hoje túneis subterrâneos concebidos para a passagem de ônibus e veículos.

Existem hoje mais de 800 tubulões de concreto e aço (espécie de estrutura usada em fundações de obras) enterrados sob a Avenida Paulista.

Um desperdício financeiro posto que, nas proximidades do parque do Trianon o metro quadrado da região custa no mínimo R$ 2.200. Já em um edifício novo e sofisticado esse valor pode chegar a R$ 8.000 (o metro quadrado mais caro do Brasil é a avenida Viera Souto em Ipanema R$ 25.000,00).

Outro uso importante do subsolo foi quando em 1991 concluiu-se o primeiro trecho da linha dois do Metrô (Linha Verde do Metrô) que ligava Paraíso a Consolação. Em 1998, após algumas extensões, a linha operava entre Ana Rosa e Vila Madalena, a maior extensão no Oeste da linha até o momento.

A futura Linha quatro (Linha Amarela do Metrô), que compreenderá o trecho definido pelas estações Luz e Vila Sônia, com uma estação na Avenida Paulista está em construção, com a entrega das obras previstas para serem entregues gradualmente entre fevereiro de 2010 e 2012.

Um comentário:

Paulo D'Auria disse...

Muito bom este post!
Mais uma vez você soube reunir informações históricas e as transformou em um artigo de leituras fácil e agradável!!!
Parabéns!

Abração!